DICAS

ESPECIARIAS VALIAM OURO e incentivaram a expansão marítima

Você sabia que a pimenta-do-reino, canela, cravo e noz-moscada estiveram entre os fatores responsáveis pelo descobrimento da América? Condimentos tão comuns hoje na culinária ocidental, na Idade Média custavam seu peso em ouro e eram bem difíceis de encontrar. Neste post, vamos conhecer 4 especiarias cobiçadas e que também foram motivadoras da expansão marítima.

À época, os europeus buscavam especiarias originárias das regiões tropicais do sul e sudeste asiático, que eram utilizadas para conservar e melhorar o sabor dos alimentos. Também eram usadas em perfume, afrodisíaco, incenso e outras aplicações.

Após a Tomada de Constantinopla pelos mouros, em 1453, o comércio de especiarias ficou complicado, pois a rota dos mercadores cristãos foi bloqueada. Para contornar o problema, Portugal e Espanha saíram em busca de uma rota alternativa para chegar às especiarias. Portugal explorou a rota oriental, contornando a África. A Espanha explorou a rota ocidental e acabou chegando à América, com Cristóvão Colombo crente que havia chegado às Índias.

Anos depois, com a colonização do território americano, os europeus introduziram nas regiões tropicais o plantio das especiarias do Oriente. Na mão dupla, os europeus conheceram as pimentas nativas das Américas, gostaram e as levaram para a Europa e outros continentes, popularizando as pimentas do gênero Capsicum, até então inexistentes fora da América.

Pimenta-do-Reino

O comércio da pimenta-do-reino era ativo no subcontinente indiano e dominado por mercadores muçulmanos que a vendiam ao Ocidente. O valor da pimenta-do-reino era bem alto. Algumas fontes citam que Alarico I, o Visigodo, exigiu dos romanos pagamento em ouro, prata e pimenta. Um quintal de grãos de pimenta (60 kg) chegou a valer, à época da expansão marítima, 52 gramas de ouro.

Cravo-da-Índia

cravo é originário das Ilhas Molucas, na Indonésia. O botão da flor, seco, é usado como especiaria desde a antiguidade para aromatizar alimentos e para fins medicinais. Na China, o cravo era usado não só como tempero, mas também como antisséptico bucal. Nenhum visitante conversava com o imperador sem antes mascar cravo. No início do século XVI, um 1 kg de cravo custava 7 gramas de ouro.

Canela

A caneleira é nativa do Sri Lanka, no sul da Ásia. A canela é mencionada por autores clássicos, como Heródoto, e aparece na Bíblia no livro de Êxodo e Provérbios. No início do século XVI, era trazida por navegadores portugueses diretamente do Ceilão (atual Sri Lanka). Nesta época, 1kg de canela custava 10 gramas de ouro.

Noz-Moscada

Desde a antiguidade e até o século XIX, o único lugar onde a noz-moscada era encontrada era a Ilha Banda, nas Molucas, Indonésia. Era vendida por mercadores árabes à República de Veneza e depois revendida por preços altíssimos. Em 1511, o explorador português Afonso de Albuquerque conquistou Malaca, o centro de comércio asiático. Logo após, em 1512, chegou à Ilha Banda e encheu seus navios com as especiarias.