DICAS

PANC – É DE COMER?

Algumas parecem mato ou erva daninha, mas são de comer. As Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) germinam e crescem em florestas, jardins, parques e até nas calçadas, mas poucas pessoas as reconhecem como comestíveis e nutritivas. Por isso, poucos têm o hábito de levá-las à panela.

As PANC podem ser nativas, cultivadas e espontâneas, em formato de sementes, raízes, folhas, castanhas, flores e frutas. Algumas ainda são partes de alimentos convencionais, costumeiramente dispensadas, como o coração da bananeira ou as folhas da batata-doce, por exemplo.

No Brasil, há cerca de 350 espécies de PANC catalogadas. No mundo todo, estima-se que existam 30 mil tipos de vegetais comestíveis!

Muitas plantas que hoje são classificadas como PANC, como a taioba e o ora-pro-nóbis, eram conhecidas e consumidas por gerações anteriores. A destruição de biomas, o crescimento da oferta de alimentos multiprocessados e a falta de maior contato com a natureza distanciaram as novas gerações dos hábitos alimentares mais naturais de seus avós.

PANC na Alta Gastronomia

De comida simples e caseira, nos últimos anos as PANC foram “descobertas” por renomados chefs e nutricionistas brasileiros. Espécies como vitória régia, flor-de-ipê e peixinho-da-horta já integram menus de restaurantes badalados e entram na dieta de pessoas zelosas com a saúde. Esse movimento é importante para popularizar as PANC que, segundo especialistas, podem contribuir para reduzir a fome no mundo. Afinal, as PANC estão em qualquer lugar, bastando conhecer, colher e comer.

7 ESPÉCIES DE PLANC

Conheça algumas das mais de 350 espécies de PLANC e as propriedades que trazem benefícios à saúde.

Azedinha – Folhas de sabor levemente ácido, podem ser consumidas cruas em saladas e sucos ou cozidas em sopas e molhos. Possui potencial antioxidante, é rica em minerais, como potássio, magnésio e ferro.

Capuchinha – Flores, folhas e sementes comestíveis, com sabor levemente picante parecido com o agrião. As flores podem ser tratadas – desidratadas ou congeladas – e integrar receitas de doces e coquetéis. É rica em carotenoides, especialmente luteína.

Fisális – Os frutos são consumidos frescos ou na forma de geleias, sendo muito usados para ornamentar tortas e doces finos. É uma boa fonte de vitaminas, especialmente a vitamina C.

Muricato – É consumido geralmente fresco, como fruta, assim como o melão, ou em saladas, similar ao uso do pepino. É fonte de vitamina C e também apresenta altos teores de compostos fenólicos com propriedades antioxidantes.

Ora-pro-nóbis – As folhas possuem alto teor de proteína, além de boa quantidade de fibras e minerais, em especial cálcio e ferro. Em geral, o ora-pro-nóbis é preparado cozido com diferentes tipos de carnes, e as folhas tenras podem compor uma salada.

Peixinho – As folhas possuem um sabor que remete ao do lambari. Por isso, é consumido preferencialmente empanado. Nutricionalmente, possui teores significativos de minerais, em especial potássio, cálcio e ferro. É também fonte de fibra alimentar.
Vinagreira – Com leve sabor ácido, as folhas podem ser preparadas com arroz. Os cálices secos ou frescos entram na produção de doces, sucos, geleias e chás. As sementes maduras, torradas ou moídas, entram na fabricação de pães.


Fontes: Futura e EMBRAPA